No meio de beijos, abraços e
rasgados sorrisos, o candidato socialista Eduardo Bragança, que não é conhecido
pela sua particular simpatia durante quatro anos, vai tentando fazer passar a
ideia da sua preocupação com as populações quando passou um mandato a votar
contra tudo o que eram medidas sociais com argumentos completamente
alucinantes, enquanto vereador. Mas os socialistas não conseguem confiar em
Eduardo Bragança. Enquanto tomava café, dizia uma senhora socialista há muitos
anos e sobejamente conhecida na estrutura, que não concordava com uma série de
coisas. Normal em democracia esta partilha de opiniões, em que eu não deixei de
contribuir com um esclarecimento do assunto. Saindo as duas companhias de
conversa, confessava-me ela que, neste candidato não votará. “Não confio nele”
disse ela com o resto do café a ouvir acrescentando a sua incompetência e falta
de preparação democrática ao rol de adjetivos, que não reproduzo. Explicou-me
então que a ideia aparente de uma “união” socialista não existe verdadeiramente,
sendo que, uma larga maioria dos que estiveram ao lado do movimento Sempre
Presente, não votarão em Eduardo Bragança, dispersando os votos.
Para além de tudo isto, as
contradições de Eduardo Bragança continuam nas suas promessas. Critica e vota
contra enquanto vereador das medidas sociais, das medidas para as famílias,
para os idosos, para as crianças que nem os livros escolares queria que se
entregassem gratuitamente (medida que está a ser prometida apenas agora por
esse Portugal fora e que em Felgueiras já existe há quatro anos) e agora vem
prometer medidas sociais como se tivesse uma preocupação com as pessoas. Por um
lado critica a falta de “grandes obras” – esquecendo os quilómetros de
saneamento e água, os muros, os arruamentos, o alargamento de dezenas de
caminhos, mas também a execução de obras como a Casa das Torres em que houve
zero euros de desvio e um atraso de uma semana na entrega da obra, ou a
conclusão de centros escolares onde faltava quase tudo, incluindo projetos, ou
as obras na zona do Ladário da Lixa, prometidas como muitas outras há muitos
anos pelos executivos socialistas e nunca feitas, deixando a Lixa como cidade
de “segunda classe”, ou a Praça Dr. Machado de Matos que mereceu os maiores
elogios por parte do arquiteto Siza Vieira, tanto pela forma como câmara
acompanhou a obra com os seus técnicos, como pelo facto de não existir
derrapagem financeira na obra, o que em Portugal não existe segundo o próprio – e por outro, crítica os apoios sociais. Se
eu não conhecesse a pessoa em causa, poderia dizer que é um verdadeiro caso de
“bipolaridade”, critica o que foi feito, prometendo agora não só o mesmo como o
reforço dessas mesmas medidas.
Mas os felgueirenses
conhecem o que tiveram durante trinta e quatro anos de poder socialista e a
diferença para bastante melhor em apenas quatro anos. Nós sabemos a imagem que
o concelho tinha no exterior e o que cá se faz agora, o que existe o que foi
feito.
Na última crónica, por
lapso, referi que um candidato do PS atingiu o limite de mandatos numa junta de
freguesia que não era alvo de agregação, quando na realidade atingiu o limite
numa freguesia que foi agregada com outra. Apesar de não alterar a analogia que
estava subjacente - que o PS defende nas suas fileiras uma coisa e tenta depois
impugnar as candidaturas dos autarcas do PSD, alegando que estes não podem -,
ao visado as minhas desculpas.
* Expresso de Felgueiras, 12 setembro 2013